Um dos principais motivos pelos quais a área de tecnologia da informação e, mais especificamente, a programação, está tão em alta, vem de uma perspectiva de que ela é feita, justamente, para resolução de problemas. Mas a forma de encontrar essas soluções é sempre a mesma?
Na verdade, não. Na programação, há sempre um paradigma que orienta a forma como uma solução vai resolver um problema. Por isso, conhecer quais são as principais opções atualmente ajuda a ter uma melhor compreensão sobre o tema e ter melhores decisões.
E uma das principais atualmente no mercado é a programação orientada a objetos. Entenda mais sobre ela a seguir e, principalmente, com exemplos, que vão ajudar a deixar o tema ainda mais claro! Vamos nessa?
O que é Programação Orientada a Objetos
A Programação Orientada a Objetos (conhecida, também, pela sigla POO) é um paradigma de linguagem de programação e, portanto, é um dos caminhos para conseguir resolver um problema proposto. Ela auxilia a definir a forma como soluções e sistemas serão estruturados.
Esse é, atualmente, um dos paradigmas mais populares na área de programação. Isso acontece porque ele permite uma maior aproximação entre real e virtual, o que proporciona uma melhor visualização do que está sendo criado e articular os elementos de forma coerente.
Dentro deste conceito, o design de uma solução é pensado em termos de entidades e objetos e, também, na relação entre eles. Mas o que são esses conceitos?
- entidades: dentro da Programação Orientada a Objetos, as entidades são representações digitais de entes reais, ou seja, estão ligadas com a modelagem do mundo real para o ambiente do código;
- objetos: são um tipo de entidade que pode reter uma informação e oferece uma série de dados (comportamento). São eles que permitem o processamento das informações ocorrerem em sistemas.
Os pilares da programação orientada a objetos
Ok, agora você já sabe um pouco melhor sobre o que é a programação orientada a objetos. Para avançarmos nesse conhecimento e deixá-lo mais claro para você, vamos entender melhor sobre os quatro pilares que fundamentam esse paradigma.
Herança
Esse primeiro pilar fala sobre a transmissão de propriedades e métodos de outros objetos. Esse é um ponto que acelera o processo de programação, pois é possível importar partes do código que já foram utilizadas em outro momento.
Afinal, em muitos momentos, o programador precisará incorporar algo que já foi feito em outro momento, facilitando o processo. Mas é um pilar que merece atenção, pois é preciso manter a coesão nessa importação, para evitar problemas.
Polimorfismo
O polimorfismo é um pilar da Programação Orientada a Objetos que, como o nome sugere, é sobre a capacidade de um objeto poder assumir diferentes formas ou comportamentos. Isso ajuda o programador quando ele está trabalhando com coleções de objetos de diferentes tipos, permitindo que operações que trabalham com eles sejam realizadas com maior flexibilidade.
Encapsulamento
O encapsulamento é um princípio no qual garante que partes do código sejam privados, removendo acesso a partes dele. Ele pode ser chamado, também, de “ocultação de dados”. Ou seja, partes do código ficam dentro de outras partes do código.
Isso é importante para proteger quais partes dele não podem ser alteradas e gerar efeitos colaterais futuros na produção. E, também, ajuda a evitar expor detalhes internos da solução para os usuários.
Abstração
A abstração dentro da Programação Orientada a Objetos fala sobre não precisar deixar claro que, dentro de uma solução, o que uma função está fazendo, desde que ela entregue o que é necessário. Trazendo isso para um exemplo da área fora da programação, é como utilizar uma air fryer.
Você não precisa saber quais são os passos que ela segue para poder aquecer, assar ou fritar, desde que entregue a sua comida pronta no tempo estimado.
Na POO, não é preciso compreender exatamente o que a função está fazendo, desde que ela, quando chamada, produza o resultado esperado. A ideia é que você não precise entender cada função ao fazer uma longa codificação, abstraindo essa parte e focando em que ela atenda o resultado esperado.
Conheça exemplos práticos de Programação Orientada a Objetos
Sim, sabemos que tudo isso, falando assim, pode parecer muito abstrato e complexo de entender, não é mesmo? Então vamos trazer exemplos práticos que vão ajudar a entender melhor que o é a Programação Orientada a Objetos.
Imagine que você, como programador, seja chamado para criar um sistema de e-commerce para quem comercializa calçados e vai utilizar esse paradigma para desenvolver o projeto. As entidades representarão os itens que serão comercializados (sapatos, tênis, sandálias, botas, entre outros).
Para poder organizar essas questões, será preciso criar classes para organizar o sistema. Por exemplo, você pode criar a classe “produto”, na qual serão representados os itens que estão em estoque e eles poderão ter atributos que ajudem a rotular eles no sistema, como “tamanho”, “cor”, “modelo”, “marca”, “preço”, entre outros.
Esse modelo ajuda, também, na implementação de funções. Isso ajuda, por exemplo, a organizar o sistema de forma que ele consulte com precisão de um item está presente no estoque antes de autorizar a concretização de uma compra.
Outro exemplo é para a criação de uma solução de cardápio online para autoatendimento em restaurantes. Neste caso, as classes criadas pode dizer respeito a questões da rotina do negócio – por exemplo, uma delas dizer respeito a “Pedido” e, dentro dela, ter os atributos “número do pedido”, “itens do pedido”, “observação do pedido”, “adicionar item”, “remover item”, entre outros.
Se for preciso adicionar uma função que gere relatórios de venda para um período, para que o responsável do restaurante possa acompanhar, pode-se criar uma classe “RelatorioDeVendas” e que tenha uma lista de objetos da classe “pedido”, bem como criar métodos para poder fazer esse relatório para o usuário.
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Perguntas Frequentes
Os paradigmas de programação dizem respeito aos estilos, metodologias e formas de fazer de programar que ajudam o programador a encontrar as melhores formas de solucionar um problema por meio de um software, aplicação, sistema, entre outros.
Ele também ajuda no direcionamento de escolha da melhor linguagem para este fim. Por exemplo, para quem opta pela Programação Orientada a Objetos, uma das linguagens mais utilizada é Java.
Alguns dos principais paradigmas de programação existentes hoje são: paradigma declarativo, paradigma funcional, paradigma lógico, paradigma imperativo, paradigma orientado a objetos, paradigma orientado a eventos.
A escolha do paradigma adequado dependerá do tipo de solução que está sendo pensada, bem como também do que o programador considere que seja mais vantajoso para aquela situação.
A Programação Orientada a Objetos é um dos mais utilizados, justamente, pela possibilidade de associar diretamente problemas do mundo real com os códigos, facilitando as rotinas para o programador.
Além disso, há também a vantagem de modularidade dos códigos, permitir uma programação multiplataforma e permite o desenvolvimento mais ágil da solução, com redução de custos.
Doutoranda em Ciências Humanas e Sociais, Mestra e Bacharel em Comunicação. Copywriter e redatora desde 2013. Pesquisadora na área de tecnologia e política. Especialista em conteúdos sobre tecnologia, saúde, empreendedorismo, gestão, entre outras. Apaixonada por café, gatos e cultura geek.